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A ESSENCIA DA ACADEMIA.




SALGUEIRO: Academia de samba. I       


         O terreiro de uma escola de samba não é, necessariamente, o local onde são realizados os ensaios, reunindo pastoras, ritmistas, compositores, passistas e admiradores, num quase ritual que já foi mais respeitado. O terreiro de uma escola de samba é, antes, onde pulsa a sua comunidade, onde as raízes – longe da simbologia malbaratada – são as pessoas que transitam anonimamente, levando cada um pedaço da vida, uma reminiscência, um dado, um episódio, que juntos, compõem o grande mural da história da sua agremiação. Neste caso, o terreiro do Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro é o próprio morro, onde se aglomeram os componentes mais conscientes, mais integrados e que na verdade, dão a feição que a escola vai obtendo, reflexo e produto de suas próprias ansiedades, questionamentos e ideais estéticos, isto porque escola de samba é uma coisa, e desfile de escola de samba é outra completamente diferente. Esta premissa deve ser estabelecida, para que os dois fenômenos sejam situados, não em seus limites, que inexistem, mas dentro de suas esferas, cujas demarcações ninguém conhece. Poderíamos até evocar a conceituação natureza/cultura, tão cara aos etnomusicólogos que desenvolvem os seus trabalhos reportando-se aos polos enunciados por Jean- Jacques Rousseau no seu Dictionaire de Musique, editado em 1768, de permanente atualidade: a ação moral e a ação física da música. Nestes dois procedimentos, a escola de samba, como resultado da criação popular, se enquadra com mais absoluta propriedade. A manutenção de seus valores intrínsecos pertence a ação moral, aos ditames da natureza da sua existência. Enquanto a dinâmica da sua atuação como agremiação que desfila, que concorre, que disputa prêmios e colocações é impulsionada pela ação física, pela cultura que ela forma e conforma.

Haroldo costa.




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